Post-It Extravaganza

Recuso-me liminarmente a ver as dezenas de vídeos que recebo diariamente de gatos a cair ou pessoas a bater com as trombas em portas de vidro.

Mas há coisas que valem mesmo a pena, ou como alegrar o escritório com post-its.

Tou com um mau feitio que não me aguento

Há uma coisa qualquer que ando para postar há dias mas quando chego ao teclado escafede-se -me completamente do espírito.

Assim, vou zurzir no Magalhães, o portátil que vai revolucionar o ensino, o Mundo, o Universo e a relação entre os putos e os demais snifadores de cola e ou produtos mais viciantes nos aprazivelmente murados e gradeados recreios escolares.

Já não via uma onda de propagandístico entusiasmo por uma benesse concedida desde, vá lá, o LiveAid e tudo o que de bom fez para os cidadãos do mundo em desenvolvimento, na pessoa dos seus generais/xamãs ou o que quer que fossem aqueles nababos vestidos à militar que apareciam nas notícias do antigamente.

É uma coisa estúpida - não o computador em si, que hoje são todos mais ou menos iguais e fazem todos mais ou menos o mesmo que um telemóvel-, mas o que pode significar para os putos, particularmente os mais novos.

Jovens do meu país, vocês são uns ignorantes!

A sério, burros mesmo, estúpidos que nem portas e sem quaisquer projectos de vida que não vislumbrarem um mamilo na vizinha ou, mais certamente, na net.

Vocês não têm toda a culpa, é certo - vivem num sistema que os deixa completar o liceu sem sequer saberem ler, e quem anda no meio sabe que não estou a exagerar.

Passou-me agora a notícia que o governo quer 100% de aprovações no 9.º ano: creio que a dúvida está em não fazerem exames no 9.º ano ou pura e simplesmente passar os alunos do 8.º para o 10.º, eliminando assim mais um perigoso obstáculo ao sucesso da política educativa.

Mas divago.

Voltando ao Magalhães, e para acabar: se agora já não é preciso saber ler, em breve bastará saber teclar; aos poucos, o corpo humano há-de perder a perícia e motricidade manuais; estamos a criar uma geração de martelos.

Outra questão de perspectiva

Nos últimos dias anda a passar na rádio uma publicidade a uma estação televisiva noticiosa que a gaba como o canal que transformou a caixa que mudou o mundo, ou algo parecido.

Vai-se a ver e, de facto, tem alguma programação de jeito, como o 60 minutos (EUA) e o Toda a Verdade (UK). É claro que num aparece o Mário Crespo a bater as mãos (deve ser para sacudir o pó de não ter nada para fazer que não ler as traduções das introduções às reportagens), noutro mais uma anónima voz de locutor.

Agora reportagem e investigação próprias... e não se diga que a promo-reportagem de alegadas putas de luxo conta.

É claro que não são putas quaisquer - sabem ler para ter conversas inteligentes e satisfazer os clientes que lhes pedem sexo oral e anal que não têm coragem de pedir às legítimas.

Ser pimba em Portugal é...

• ir a um restaurante chamado "Barriga Cheia" e sair de lá neste preciso estado;
• passar o almoço a conversar aos berros enquanto se ouvia o "chupa a Teresa" também aos berros;
• acotovelar-se para conseguir atingir a travessa dos camarões e quando estes finalmente estão no nosso prato, deixar cair metade ao chão;
• ter o azar de vir passar o fim-de-semana a "casa" precisamente quando os habitantes locais celebram a festa da padroeira da terra;
• ouvir os "Renovadores" até às 2 da manhã, de sexta para sábado;
• dizer adeus quando passamos por câmaras de vigilância, de modo a podermos ver-nos na televisão;
• (...)

Posto isto e assim sendo...

The greatest gift you can give someone is your time because when you are giving someone your time, you are giving them a portion of your life that you will never get back. [excerto de um daqueles livros idiotas para desiludidos, frustrados e sexualmente inaptos, creio que deste]

...Fuck off.

Casados e afins

A minha reserva em relação à aplicação do regime do casamento a casais homossexuais nem tem a ver com o género - tem a ver com a noção, peso e natureza do casamento em si, independentemente de genética, tendência, orientação ou pura e simples tara.

Contratualizar sentimentos humanos nunca deu bom resultado - o mais que se pode arranjar será algo tipo um aluguer ou forma evoluída de time share, vulgo prostituição: mas nunca, jamais a compra e venda que é o casamento.

E mesmo aí deve vigorar o princípio da liberdade de forma - nada escrito, tudo oral.

Só uma ideia

A prestação dos Paralímpicos nacionais faz-me pensar se para os Não-Paralímpicos de 2012 não será uma boa ideia partir as pernas à Naide Gomes e arrancar um braço ao Marco Fortes.

Tempo

Poucas coisas nos fazem aperceber da inexorável passagem do tempo como o confronto com o nosso próprio passado.

De passagem pelo prédio de onde saí há cerca de quinze anos, lá estavam quase todos: o do 4.º F que quase se matava para ser o administrador do condomínio, com o seu bigodinho algo hitleriano, o jovem casal então ansioso pelo nascimento do primeiro filho que devia estar ali mesmo, mesmo a rebentar, o pica da CP com o seu ridículo risco ao meio, a miúda de catorze anos deprimida que não queria sair de casa por se achar feia.

Hoje, o tipo dos bigodes, já grisalhos, continua administrador, o pica tem madeixas louras (nunca me enganou, aquela maluca), o então jovem casal sobrevive agastado, com um menino de catorze anos que padece de uma perturbação neurológica de nascença que o transformou praticamente num vegetal e a miúda com medo de ser feia saltou do sétimo andar.

Dos que ficaram, nenhum parece ter-me reconhecido.

Uma ideia para o fim de semana

A 22-year-old woman in the United States is publicly auctioning her virginity to pay for her college education, sparking a heated online debate about sex and morality. [link]

Hoje não me sinto em mim...

Acho que tenho de me pôr em alguém.

Então...

Nunca mais apareces, pá?

O Fim do Mundo tal como o conhecemos

Ao contrário de uma larga maioria que se julga esclarecida, o início do funcionamento daquela geringonça debaixo da terra lá para o lado dos Alpes deu merda - é o que acontece quando se constrói um brinquedo com 27 quilómetros de comprimento e se põe lá dentro protões com o cio.

É certo que nos últimos tempos tem havido uma chusma de pessoas iradas com aquilo, nas vertentes do não se deve mexer naquilo que um criador inexistente fez e do, basicamente, se ligarem aquilo vai tudo para o cacete.

Mas o meu problema é mais subtil.

Acontece que hoje fui tirar uma garrafa de água naquelas máquinas automáticas, com os produtos devidamente acondicionados sobre espirais rotativas: mete-se a moedita, escolhe-se o que se quer et voilà, aí vem a compra por aí abaixo. Certo? Errado!

Por qualquer razão que não pode ser outra que não terem ligado aquele gadget gigante, a minha garrafita caiu para trás ficando sobre a espiral.

Aproximam-se tempos estranhos.

Ainda ontem fui eu

O tempo passa depressa como o catano.

Ainda ontem fui eu arrastado aos gritos e pontapés para o primeiro dia de aulas e hoje já foi a vez do mini Gajo, que felizmente dispensou a utilização de qualquer força, mesmo a estritamente necessária, caminhando alegremente em direcção ao destino dos próximos quatro anos.

Até gostei: tudo organizado, esquematizado, bem planeado, arranjadinho, pessoal bem formado e futuros coleguinhas catitas, mesmo os dois pobres e um Rúben Sandro.

De Rerum Capilae

Ou qualquer outra parte do corpo.

Após meticulosa contagem, cheguei à conclusão que nem estou a ficar com muitos cabelos brancos, estou é a perder os castanhos à força toda: enquanto que os primeiros parecem cravados ao crânio, suspeito que os mais pigmentados estejam apenas colados com cuspo.

Quem sai aos seus...

Adoro o software livre, de código aberto e tudo o mais que envolva esforço e partilha da comunidade.
Isto só para dizer que o meu corrector ortográfico sugeriu que, na expressão Milos Forman, alterasse Milos para Mamilos.

Não engana, é mesmo meu.

I'm not Jesus...

... Jesus wasn't there [link Apocalyptica feat. Corey Taylor]:

Um sacerdote católico reformado, que se encontrava já indiciado pela prática de 33 delitos de abuso sexual no colégio onde leccionou, foi esta quarta-feira detido na Austrália, pela acusação de 60 novos casos de pedofilia, revelaram as autoridades. [link]

Sinto-me injustiçada

Está bem que fui de facto recebida de braços abertos, mas não abandonei este tasco. A prova disto está algures aí nesses números e gráficos esquisitos que a maior parte dos blogs ostenta discretamente (contradição linguística? É mesmo), e aos quais eu também sujeitei o meu cantinho uma vez, durante uma semana. Senti-me uma escrava nessa semana e como tal, livrei-me daquela coisa chata.

Ora eu cá estive muito ocupada durante os últimos 34 dias. E a fazer o quê? A observar a natureza, a exercitar ao máximo o meu esqueleto ao comprido, a obrigar o meu sistema digestivo a trabalhar arduamente, a concentrar-me imenso num "dolce fare niente", a cumprir com o meu papel de fêmea progenitora e matriarca, a usar a minha visão, audição e afins para me actualizar acerca do Cáucaso e de como assaltar bancos , tribunais e bombas de gasolina em menos de meia-hora. A lista não acaba aqui, mas o resto não é para se partilhar, sorry.

Como podem ver, pouco tempo sobrou...mas nunca abandonado! Exijo um pedido de desculpas, Senhor Gajo!