29 de novembro de 2007

Nem sempre é assim tão fácil...

Sabes que esta vida corre
Como a sombra pelo chão
Nada fica, tudo foge
Ouve a voz do coração
UHF

28 de novembro de 2007

Ressaca

A sério. Há 72 horas que não meto um grama de cafeína no sistema, o que altera um bocado o esquema, habituado a à hora de almoço já ter mamado, em média, oito bicas / cafés / cimbalinhos, whatever. Nos dias mais inspirados é possível chegar aos vinte, mas nunca os contei nem me preocupei muito com isso, já que o limite letal andará pelos 140 e, de qualquer maneira, durmo que nem um anjinho.

Não sou particularmente supersticioso ou crente (nada, mesmo), mas o facto de um colega cinco anos mais novo ter tido um duplo enfarte e andado a desentupir artérias... impressiona, lá isso impressiona, embora continue a acreditar que ele só teve os enfartes para conhecer enfermeiras.

26 de novembro de 2007

A sério

- Deste-lhe parabéns?
- Claro.
- O que é que escreveste?
- O costume.
- "Parabéns e beijinhos"?
- Não, o meu costume.
- Não quero saber mais nada.

Foi algo como não entendo este patético ritual de parabenizar a visível e inevitável degradação do corpo humano, logo o fenecer perene da apetência para a queca. Enfim, goza enquanto podes. Ricky

22 de novembro de 2007

Ευάγγελος Οδυσσέας Παπαθανασίου...

... ou Vangelis, para os amigos, fez-me quase que literalmente (ao menos musicalmente) Doutor.

Fui fazendo um curso abominável numa prestigiada e deprimente Instituição absoluta e completamente decadente, até que cheguei a um ponto em que tinha mais de doze cadeiras para fazer em quatro semanas para acabar o estrume da licenciatura: algumas do próprio ano, muitas outras recordações de anos passados.

Deprimente.

Então por qualquer razão dei com o CD do Blade Runner numa discoteca alternativa num centro comercial manhoso escondido numa ruela pouco aconselhável.

Acho que durante um mês não ouvi outra coisa: marranço até altas horas da noite (naquela altura, o altas horas para mim era até às dez que depois era preciso sornar... ou ir para a badalhoquice) a ouvir o CD encavalitado sobre as sebentas que povoavam a escrivaninha
e, durante o dia, no belo do carismático comboio suburbano, a mesma banda sonora em cassete.

Creio poder dizer ser a banda sonora da minha vida - certamente não a melhor jamais feita, embora os gostos sejam subjectivos, mas quando se começa a ouvir e a associar todos aqueles ruídos e diálogos ao filme, é mágico.

Positivamente, do catrino.


Lembrei-me disto porque está a rodar no player o 1492, do mesmo Evángelos Odysséas Papathanassíu, que um bando de fodilhões mal paridos associou a uma campanha partidária há mais de dez anos, destruindo assim para sempre a mítica Conquista do Paraíso e, em definitivo, um País que já então caminhava a passos largos para o abismo*. Enfim ...

* A propósito, o do James Cameron é um dos meus preferidos.

20 de novembro de 2007

Choque tecnológico o cacete

É perfeitamente possível um puto chegar ao 4.º ano sem saber ler;

Conselhos Directivos com directrizes para reduzir grau de exigência nas avaliações;

Titulares de órgãos de soberania que não sabem a diferença entre e à, acabando por criar uma nova forma do verbo haver: á.

Isto (não só mas também) é que me fode o juízo.

Atraso, atraso, atraso...

18 de novembro de 2007

17 de novembro de 2007

Já não há nada sagrado, fonha-se...

The golden shades of autumn all around us
They tell me nothing ever stays the same
And as the leaves all turn to brown
I watch them floating to the ground
I pray you will remember me with love
Gary Moore

16 de novembro de 2007

Cita-me que eu gosto

After the storm had passed
I wondered how long
The break in the clouds would last
Dave Gahan

Infelizmente, muito pouco.

C'est la vie.

15 de novembro de 2007

Coincidências do catrino

Então não é que, depois de não a ver há não sei quanto tempo, aquela que abaixo referi de forma por demais cortez e subtil no que tange às suas aparentes capacidades e aptidões para a prática sexual oral esteve sozinha comigo numa reunião à porta fechada, durante quase uma hora?

Hurrah!

Aproveitando o carácter aparentemente profético da postada anterior, fica aqui a de hoje:

4 - 8 - 17 - 29 - 38 e as estrelas 2 - 5

14 de novembro de 2007

An everyday tale of a seeker of trouble

- És muito tímido, és. Até aposto que casaste virgem.
- Por acaso, ainda era Leão.
- Sim, mas diz lá, o que é que achas da loura?
- Mal reparei nela; digamos que longos caracóis dourados a cair qual cascata revolta sobre os seus delicados e alvos ombros não me suscitam particular interesse.
- E a Carla?
- O exotismo da forma amendoada dos olhos esverdeados está, de facto, a par da sensualidade da voz rouca e dos movimentos graciosos das mãos esguias e finas.
- Andas pouco atento, andas. E a Dra. Cristina?
- Qual, a da boca de broche?

13 de novembro de 2007

A minha vida não dava um filme


Mas, se parte de uma qualquer série, seria sem dúvida o...

Worst... Episode. Ever.

12 de novembro de 2007

«Hádes cá vir»

Ao longo de alguns anos de uma variada carreira, nos sectores público e privado, verifico existir uma peculiar relação de proporcionalidade inversa entre a posição de chefia e as capacidades de quem ocupa tal posição.

Basicamente, só me saem é duques (ou duquesas).

Hoje estive numa reunião de mais de duas horas que, em certa medida, decidirá o meu futuro próximo, com um gajo quase dez anos mais novo que eu e que insistia em ofender a minha sensibilidade gramatical com hádem, quaisqueres, interviu, farão-me o favor e quejandas.

A culpa nem é dele, coitado: apenas materializa o nacional cunhismo, numa das suas manifestações de abre-pernismo (in casu, abre-cuzismo), de maneira a que bem se pode dizer que o lugar que ocupa lhe saiu do corpinho.

Por duas ou três vezes ainda arranjei maneira de proferir uma ou outra expressão em que aqueles termos apareciam na sua forma, vá lá, portuguesa.

Mas debalde: com ou sem gravata, um grunho há-de ser sempre um grunho - no caso, sem qualquer consciência disso e, como tal, da necessidade de mudar, crescer e aprender. Uma tragédia.

Estamos entregues aos bichos, de tal forma que não auguro grande futuro para isto. Para nada.

Assim, e perdoar-me-ão a expressão, mas deixo aqui aquilo que não lhe disse na cara (mais por respeito que por medo de qualquer inconveniência social):

Olha, pazinho, se fosses para o caralho também não estava nada mal pensado.

11 de novembro de 2007

Aquilo a que alguns até podem chamar «música»

Está agora aqui.

[Tirei o widget do post original porque entretanto deu-me nos nervos]

Um "at side"

É com algum orgulho que percebo que a maioria dos visitantes que aqui chegam através de motores de busca o fazem em demanda do mítico segredo da «ejaculação tardia», tudo a propósito de (mais) um post idiota que escrevi aqui em atrasado (adoro estas expressões típicas).

Neste ponto, desenganem-se, porque das duas uma: ou são uns deuses tântricos (vá lá, assim tipo eu quando estou particularmente inspirado) ou então o melhor que têm a fazer é mesmo descarregar antes de.

10 de novembro de 2007

Descobertas

Acontece-me frequentemente o mesmo com os discos da banda dele, pelo que Hourglass, o seu segundo a solo, não foi excepção.

Primeiro há que conseguir distinguir a diferença, por vezes ténue, entre o ruído e a melodia; depois, é percorrer as faixas à procura de alguma batida ritmada que marque, ignorando aquelas que parecem mais lentas; nesta fase está-se três ou quatro dias a ouvir Kingdom e Deeper & Deeper.

Então, por qualquer razão (normalmente um telefonema que perdura para além do fim das músicas), começamos a ouvir outras faixas pelas quais não dávamos um caracol; às vezes, será mesmo o estado de espírito que leva a querer encontrar novas sonoridades - no caso, Down.

Foi assim que hoje, finalmente, consegui ouvir a primeira faixa do cd, vezes e vezes sem conta porque, dentro do género, está do melhorzito que já ouvi: Saw Something.

O palco sonoro está catita, a letra adequada e a voz dele supimpa.

Os ruídos afinal são mesmo música, que não seria a mesma sem eles.

9 de novembro de 2007

Final Mente

Duke University Medical Center neuroscientists say the places a memory is processed in the brain may determine how someone can be absolutely certain of a past event that never occurred.
Até que enfim. Pode ser que a partir de agora se leve menos a sério aquelas tangas de vidas passadas, regressões hipnóticas, reencarnações e outras merdices e patetices new age do género.

7 de novembro de 2007

Contemplação


A mais perfeita tradução visual da contemplação extática.

Aaaaargh!

‘Come on over here,’ said Zaphod, ‘there’s a whole new life stretching out ahead of you.’
‘Oh, not another one,’ groaned Marvin.

Douglas Adams, The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy

Pensamento positivo

I'm sick of all these people talkin' out their heads.
I've never understood a damn thing that they said.
From words to actions never knowing what they're about.
I guess I'll have to chew them up and spit them out.

And I'll say:

I walked for miles inside this pit of danger.
I've swallowed down a thousand years of anger.
The weight of the world is falling on my shoulders.
A place where no one follows me

I walk alone.

Saliva

Tou com uma boa disposição do catrino

Ainda numa onda psico/ paranóica/ maniaco /depressiva /esquizo /gráfica, aqui fica uma daquelas pequenas e simples pérolas da genialidade.

6 de novembro de 2007

Coiso e tal

Há uma certa crueza que contrasta com o anterior estado de douta ignorância quando subitamente nos apercebemos que estamos a ficar estúpidos.

A vida é uma sucessão de momentos que, tudo bem somadinho, se lá chegarmos, acaba por nos presentear com uma farta cabeleira branca (ou luzidia calvície) e uma elaborada rede de sulcos cutâneos: hoje não conseguimos bem determinar qual o exacto momento em que deixamos de ser uns trintões plenos de libido, potencial e atracção sexual para nos transformarmos numa ameixa seca, mas que ele anda por aí anda, mais tarde ou mais cedo aparece (a não ser que quinemos antes).

Com a estupidez é diferente.

De um dia para o outro apercebemo-nos, em regra bastante tardiamente, da merda que andámos a fazer nos últimos tempos. Semanas, meses, anos, toda uma vida.

O choque é tanto maior quanto a dimensão da nossa percepção, não necessariamente quanto o tamanho das asneiras.

Mas acontecido o clique, acabou.

Todo o nosso passado desfila agora sob uma nova perspectiva, um misto da nossa recentemente iluminada descoberta com aquelas que outros poderiam ter ou, de facto, tiveram de nós.

Mas agora, paciência.

A percepção da estupidez é, ainda, uma faca de dois gumes, qualquer deles demolidor: não só não apaga, como também não redime.

Uma vez estúpido, sempre estúpido.

É claro que pior, pior, seria passar pela vida sem ter a noção disto, que é o que acontece com a grande maioria dos que nos passam a vida a atazanar a cabeça.

Mas enfim, divago e ainda tenho de preparar o tal post das peúgas brancas.

Lar, doce lar

Nada como receber notícias de casa.

Ah, saudades...

5 de novembro de 2007

Top

A utilização imoderada do Grazr (aquele pinchavelho ali à direita com os links e conteúdos a deslizar de forma até algo sensual) fez com que atingisse o primeiro lugar do meu top das coisas que mais prazer me dão a fazer em vinte segundos, destronando o sexo para um honroso quarto lugar.

4 de novembro de 2007

Complicações

Se há coisas simples neste Universo, o casamento é uma delas, se pensarmos bem na coisa e numa perspectiva racional, que é a *única* maneira de abordar o que quer que seja.

Basicamente, trata-se de uma forma de gestão, como qualquer outra: no caso, arranjar recursos para satisfazer as necessidades de uma vida a dois; no caso de fecundação, aí será a três ou aos que forem, mas aí a sociedade conjugal já não voltará a ser propriamente o que era.

É que estamos geneticamente programados para assegurar a nossa sobrevivência (por exemplo, entre muitos outros, não conseguimos morrer asfixiados voluntariamente apenas por prendermos a respiração) e a da espécie, através da reprodução; uma vez cumprido esse objectivo, é natural que se queira seguir em frente. Não tem nada a ver com a gaja/gajo, é a evolução, estúpido.

Também como qualquer outra forma de gestão, a coisa pode correr bem ou mal; pode haver desacordo na afectação de recursos (lembrem-se, a palavra-chave aqui é gestão), o que se a solo pode traduzir-se em indecisão, uma decisão bicéfala é mais propensa a dar merda, designadamente o desacordo.

Depois vêm as discussões, recriminações e o diabo a quatro, tendencialmente atirando com a referida sociedade p'rós porcos.

Esta, bem vistas as coisas, é a única perspectiva de ver a coisa.

É certo que os menos avisados ainda são credulamente bombardeados com as perspectivas sentimental e religiosa.

Ora quanto à sentimental, desenganem-se: amor e uma cabana só nas canções do José Cid - o que interessa é assegurar a sobrevivência e a continuidade da espécie. É tudo razão pura, nada mais.

No que diz respeito à vergonhosa tentativa religiosa de também nesse campo vergar a vontade humana, no essencial reduzida ao o que deus uniu o homem não deve separar, puta que os pariu a todos. Não que este seja o argumento mais racional, mas qualquer dogma assente em contos de fadas que cerceia o livre arbítrio e corta as asas do conhecimento e da curiosidade e que se espalha que nem um vírus deve ser não só liminarmente rejeitado, como copiosamente gozado e desdenhosamente cuspido em cima.

Como se vê, é tudo muito simples. Nós é que complicamos.

Em breve, um post sobre peúgas brancas.

Tu, tanque, come on

Foi hoje exposto pela primeira vez desde que há 85 anos um bife idiota lhe desmembrou o corpo em 18 partes o rosto de Tutankamon.

O que é fantástico é que é incrivelmente parecido com uma... ahem, múmia.

3 de novembro de 2007

No meu tempo é que...

Num cacho inteirinho não havia uma porra de uma uva que fosse minimamente arredondada. Tudo geneticamente modificado, tá visto.

2 de novembro de 2007

I have that desperate feeling...

... that trouble is where I'm going to be.

Kingdom, Dave Gahan