Se há coisas simples neste Universo, o casamento é uma delas, se pensarmos bem na coisa e numa perspectiva racional, que é a *única* maneira de abordar o que quer que seja.
Basicamente, trata-se de uma forma de gestão, como qualquer outra: no caso, arranjar recursos para satisfazer as necessidades de uma vida a dois; no caso de fecundação, aí será a três ou aos que forem, mas aí a sociedade conjugal já não voltará a ser propriamente o que era.
É que estamos geneticamente programados para assegurar a nossa sobrevivência (por exemplo, entre muitos outros, não conseguimos morrer asfixiados voluntariamente apenas por prendermos a respiração) e a da espécie, através da reprodução; uma vez cumprido esse objectivo, é natural que se queira seguir em frente. Não tem nada a ver com a gaja/gajo, é a evolução, estúpido.
Também como qualquer outra forma de gestão, a coisa pode correr bem ou mal; pode haver desacordo na afectação de recursos (lembrem-se, a palavra-chave aqui é gestão), o que se a solo pode traduzir-se em indecisão, uma decisão bicéfala é mais propensa a dar merda, designadamente o desacordo.
Depois vêm as discussões, recriminações e o diabo a quatro, tendencialmente atirando com a referida sociedade p'rós porcos.
Esta, bem vistas as coisas, é a única perspectiva de ver a coisa.
É certo que os menos avisados ainda são credulamente bombardeados com as perspectivas sentimental e religiosa.
Ora quanto à sentimental, desenganem-se: amor e uma cabana só nas canções do José Cid - o que interessa é assegurar a sobrevivência e a continuidade da espécie. É tudo razão pura, nada mais.
No que diz respeito à vergonhosa tentativa religiosa de também nesse campo vergar a vontade humana, no essencial reduzida ao o que deus uniu o homem não deve separar, puta que os pariu a todos. Não que este seja o argumento mais racional, mas qualquer dogma assente em contos de fadas que cerceia o livre arbítrio e corta as asas do conhecimento e da curiosidade e que se espalha que nem um vírus deve ser não só liminarmente rejeitado, como copiosamente gozado e desdenhosamente cuspido em cima.
Como se vê, é tudo muito simples. Nós é que complicamos.
Em breve, um post sobre peúgas brancas.
4 de novembro de 2007
Complicações
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