23 de setembro de 2008

Tou com um mau feitio que não me aguento

Há uma coisa qualquer que ando para postar há dias mas quando chego ao teclado escafede-se -me completamente do espírito.

Assim, vou zurzir no Magalhães, o portátil que vai revolucionar o ensino, o Mundo, o Universo e a relação entre os putos e os demais snifadores de cola e ou produtos mais viciantes nos aprazivelmente murados e gradeados recreios escolares.

Já não via uma onda de propagandístico entusiasmo por uma benesse concedida desde, vá lá, o LiveAid e tudo o que de bom fez para os cidadãos do mundo em desenvolvimento, na pessoa dos seus generais/xamãs ou o que quer que fossem aqueles nababos vestidos à militar que apareciam nas notícias do antigamente.

É uma coisa estúpida - não o computador em si, que hoje são todos mais ou menos iguais e fazem todos mais ou menos o mesmo que um telemóvel-, mas o que pode significar para os putos, particularmente os mais novos.

Jovens do meu país, vocês são uns ignorantes!

A sério, burros mesmo, estúpidos que nem portas e sem quaisquer projectos de vida que não vislumbrarem um mamilo na vizinha ou, mais certamente, na net.

Vocês não têm toda a culpa, é certo - vivem num sistema que os deixa completar o liceu sem sequer saberem ler, e quem anda no meio sabe que não estou a exagerar.

Passou-me agora a notícia que o governo quer 100% de aprovações no 9.º ano: creio que a dúvida está em não fazerem exames no 9.º ano ou pura e simplesmente passar os alunos do 8.º para o 10.º, eliminando assim mais um perigoso obstáculo ao sucesso da política educativa.

Mas divago.

Voltando ao Magalhães, e para acabar: se agora já não é preciso saber ler, em breve bastará saber teclar; aos poucos, o corpo humano há-de perder a perícia e motricidade manuais; estamos a criar uma geração de martelos.

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