All the dreams that we were building
We never fulfilled them
Could be better, should be better
For lessons in loveLevel 42
Uma vez que os níveis de cafeína e nicotina no meu organismo há muito que ultrapassaram o limite do humanamente tolerável, disparando todos os alarmes biométricos e mais alguns (sou capaz de jurar estar neste momento a ouvir um persistente zumbido que se diverte a saltitar de um ouvido para o outro), resolvi espairecer e dar uma volta no parque.
Grande erro.
Pessoas felizes e mascaradas de mãos dadas, balofos de farta bigodaça (estes, por acaso, não mascarados) a filmar os rebentos, pais orgulhosos da filha que parece uma mistura de espanhola com Zorro a obrigá-la a uma pose quase interminável enquanto tentam enquadrar na mesma fotografia a ponte, a torre, a gaivota, o pinheiro, o céu e o cacete, apenas para a obrigar a repetir porque não ficou focado ou esqueceu-se de ligar a máquina.
O problema é que o espectáculo torna-se quão mais deprimente quanto mais nos revemos nele.
Para terminar, sou abalroado por um extremamente salivante cão tipo anúncio de papel higiénico, cria de um casal de corredores.
Peço imensa desculpa!... - apressa-se ele a dizer, tentando agarrar o bicho, enquanto ela gesticula freneticamente chamando o animal, que se afasta não sem antes me conseguir lamber o braço e deixar duas patadas enlameadas no casaco.
Não tem nada que pedir desculpa, pensei. Também eu já fui assim - jovem, feliz, apaixonado e com um cão muito independente. Aproveitem, continuei eu a pensar, passa depressa e acaba muito antes de nos apercebermos disso.
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