15 de janeiro de 2008

Resposta "ao gajo tu sabes quem"

A razão pela qual não mando piadolas, bitaites, indirectas, invectivas, ironias, sarcasmos ou farpas relativamente à actualidade social, política ou o catano neste blogue resume-se a uma razão, que por facilidade de exposição passarei a demonstrar nas suas diversas componentes:

  • Isto é um blogue pessoal: pelo menos na acepção que esteve na sua origem. Escrevo o que me apetece e quando me apetece, independentemente das seis alminhas que aqui vêm diariamente em busca de novas; caralhadas sobre aeroportos, metros submarinos e amigalhaços nas altas esferas políticas e económicas sempre houve e sempre há-de haver, bem como milhares de pessoas conhecidas (cuja publicidade da opinião interessará apenas pela visibilidade e respectiva associação a um rosto, nem sempre pelo conteúdo) a falar sobre elas, não sendo obviamente necessária mais uma piadinha sem graça com segundos (ou mais) sentidos escrita por quem é conhecido apenas como um avatar em cuecas com um sabre de luz.
  • Sinceramente, achas que tem alguma graça andarmos a ser enrabados dia e noite, a toda a hora, por um sistema surreal, com leis idiotas, governantes asininos, opinion makers mononeuronais, toda uma cambada de incompetentes com o poder de nos foder a vida com um simples estalar de dedos e acabar, no fim de contas, a gozar connosco próprios, utilizando piadinhas idiotas com Otas, pântanos e afins, como paliativo ou sedativo da nossa própria incapacidade de reagir e fazer o que quer que seja que não ficar sentados a olhar para um monitor e rir alarvemente da nossa própria ignorância? Eu não.
  • Sim, acho os Fedorentos intragáveis: aliás, numa sociedade cada vez mais idiota, são o seguimento natural e ideal à sagrada trilogia de Família, Futebol e Fátima - deprimente, constatando-se que nada mudou em cem anos - um século, pá. Não me interpretes mal - não tenho nada contra os putos que, no fim, são quem goza também com tudo isto - connosco, a pagar-lhes para isso. Achas que eu devo achar graça? Eu não.
  • A ficção nunca consegue superar a realidade: a naturalidade com que esta nos surpreende a todo o momento sobrepõe-se, inevitavelmente, a qualquer jogo de palavras ou graçola que queiramos construir.
  • Preciso de espairecer - ler e escrever sobre coisas que permitam evitar a constante omnipresença de uma realidade caduca. Como sabes, estou a tratar de uma série de projectos que permitem que isso vá acontecendo, com tempo.
Tudo isto somado permite chegar à síntese que é a resposta à tua pergunta: a razão pela qual não perco tempo a escrever piadolas sobre isso é porque me estou, real e solenemente, a cagar para isso, porque tenho mais que fazer.

Pronto, aí tens. Até amanhã. Ah - hoje vi-a: estava superiormente fantástica; um dia destes, tufa ! :-)

Aquele abraço.

Quanto aos outros que se descuidaram a ler isto, bem, paciência.

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