Que, obviamente, não aconteceu.
Depois do almoço da empresa, com os dez ou doze mânfios do costume, subitamente estávamos (vá lá, deixaram-nos) sozinhos: apenas eu e ela.
- Voltamos já ou vamos dar um voltita para arejar?, pergunto-lhe.
- Boa ideia, estava a ver que nunca mais...
Um trajecto que demora, em média, 2 minutos e 34 segundos (a sério, já o cronometrei várias vezes, tal a excitação que vai por aqui), transformou-se em meia hora com direito a passagem pelo densamente arborizado e sombrio jardim da cidade que, àquela hora, estava pejado de liceais a dar asas às suas hormonas e fluidos corporais sortidos.
- E pensar que já fiz aquelas figuras... - deixo escapar, de forma absolutamente desinteressada.
- Eu também. Sinto tanta falta, da adrenalina, do calor, da emoção. Aos anos que tudo isso já lá vai... As saudades... A falta que me faz sentir-me outra vez assim... viva.
- Então, vamos?
- Fazer o quê?...
- Voltar para o trabalho, pá - tenho uma reunião às duas.
O único óbice que vejo ao meu ateísmo e racionalismo é não acreditar que posso passar uma Eternidade a ser merecidamente açoitado por perder oportunidades como aquela.
Sou, de facto, uma besta.
16 de dezembro de 2007
Um Milagre de Natal
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2 comentários:
É um belo conto de natal, sim senhor :).
Keep trying, hope is the last one to go (so they say)
This is not «the» christmas thingy I once told you about - which I'm not sure I will ever write.
On the keep on trying bit, I guess it's more like keep on avoiding.
Ah, well... See ya'
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