Ao longo de alguns anos de uma variada carreira, nos sectores público e privado, verifico existir uma peculiar relação de proporcionalidade inversa entre a posição de chefia e as capacidades de quem ocupa tal posição.
Basicamente, só me saem é duques (ou duquesas).
Hoje estive numa reunião de mais de duas horas que, em certa medida, decidirá o meu futuro próximo, com um gajo quase dez anos mais novo que eu e que insistia em ofender a minha sensibilidade gramatical com hádem, quaisqueres, interviu, farão-me o favor e quejandas.
A culpa nem é dele, coitado: apenas materializa o nacional cunhismo, numa das suas manifestações de abre-pernismo (in casu, abre-cuzismo), de maneira a que bem se pode dizer que o lugar que ocupa lhe saiu do corpinho.
Por duas ou três vezes ainda arranjei maneira de proferir uma ou outra expressão em que aqueles termos apareciam na sua forma, vá lá, portuguesa.
Mas debalde: com ou sem gravata, um grunho há-de ser sempre um grunho - no caso, sem qualquer consciência disso e, como tal, da necessidade de mudar, crescer e aprender. Uma tragédia.
Estamos entregues aos bichos, de tal forma que não auguro grande futuro para isto. Para nada.
Assim, e perdoar-me-ão a expressão, mas deixo aqui aquilo que não lhe disse na cara (mais por respeito que por medo de qualquer inconveniência social):
Olha, pazinho, se fosses para o caralho também não estava nada mal pensado.
12 de novembro de 2007
«Hádes cá vir»
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3 comentários:
Como diriam ambos, o Camilo e o Eça, é a "choldra no seu esplendor" :)
Pah, tu és mesmo um gajo animador lol
PS: Se isto continuar assim, "quere-rei" um prémio por ser a tua habitual primeira :P
Deve ser do mesmo clube daquela que aderiu ao abrepernismo aqui no burgo. Sendo que, lá no estaminé, já tive oportunidade de me vergar ao seu vocabulário erudito e à sua elevação de carácter... da-s!
@pseudo: darei-te o que pessas.
@b-good: aargh, eles andem aí!
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